Engraçado como tudo muda com o passar dos anos: os gostos, as opiniões, os interesses, os relacionamentos… Mas há períodos em que as mudanças se tornam exponenciais! Eu tenho vivido essa fase. Nos últimos 5 anos, fui realmente da água para o vinho! Muita coisa mudou, até o olfato! Perfume era algo que eu não vivia sem; hoje, quase não consigo passar perto e, dependendo da intensidade, a danada da enxaqueca vem fazer uma visita.
Dentre tudo que mudou na minha vida nos últimos 5 anos, uma delas foi o gosto pela terra, pelo cultivo, pelo natural, pelo cheiro dos temperos recém-colhidos, a observação das sementes germinando e o cuidado com elas. Vejo vida onde antes não percebia. Claro que tem relação com o movimento de desaceleração que venho fazendo nesses últimos 5 anos; não seria possível ter uma horta em casa se eu não estivesse tendo mais tempo até mesmo para perceber que eu respiro!
Acho que é assim: um movimento permite o outro, abre portas. E nessas portas abertas, tive a oportunidade de conhecer um senhor que cultivava temperos. Pude notar seu estado de presença e plenitude simplesmente por poder sentir o cheiro dos temperos frescos à beira de sua janela nas manhãs. Parecia um ritual para ele, algo mágico, importante, essencial. Eu achei aquilo lindo. Um processo que acessava a alma. Eu quis acessar também. Fiquei alguns anos com o projeto em mente, esperando me organizar para que tivesse tempo para manter meus cultivos com qualidade, porque eles iriam demandar certo cuidado.
Eu não queria cultivar uma horta pelo simples fato de não precisar comprar no mercado. Eu queria a experiência de conexão com a terra, eu queria sentir o aroma do manjericão e me conectar com a energia criadora! As coisas para mim precisam ter significado, precisam fazer sentido. Sempre foi assim.
Escolhi sementes e foram muitas! Quis testar vários tipos de cultura ao mesmo tempo, e obviamente não dei conta. Precisei pesquisar sobre compostagem, sobre adubos, controle de solo, porque não, não é só jogar a semente em uma terra qualquer, ela não vai nascer, ela precisa ter os nutrientes específicos que aquela cultura pede, a quantidade de sol adequada, o vaso adequado, a rega adequada… e por aí vai.
Muitas culturas cresceram, meu prazer era tomar café de manhã com elas, tirava uma folhinha de manjericão e sentia o perfume, parecia até vitamina para o dia, a sensação era realmente de satisfação, de plenitude.
E como a vida nos serve com abundância, os temperos cresciam e me davam colheitas lindas: salsinha, cebolinha, manjericão, alecrim, tomate cereja, pimentão vermelho, morango, pepino, rúcula, alface, pimenta biquinho… desfrutei de tudo que consegui dar atenção e cuidar. Até porque tudo na vida é assim, aquilo que cuidamos com amor sempre floresce mais.
O prazer de temperar minha comida com meus temperos naturais, fazer salada todo dia com meus tomates cereja, a pimentinha biquinho que virou conserva, o pimentão recheado que foi receita para um jantar a dois… são coisas que não têm preço.
Atualmente precisei reduzir um pouco minha horta por motivos de obras no quintal, mas tão logo elas acabem, vou reorganizar todo meu cantinho para que volte a ser produtivo com variedades. Acho que na vida, precisamos encontrar atividades que nos façam bem a ponto de querermos fazer delas rotina. É assim que a vida começa a ter sentido… quando passamos a senti-la.
OBS: As fotos do início são reais, do meu cultivo 🌿
Boas energias! ✨