Abraçando a vulnerabilidade: uma jornada de autodescoberta

A Consciência de Vulnerabilidade

A minha consciência de vulnerabilidade começou na época da escola. Eu tinha pavor de exposição, sentia-me avaliada e julgada o tempo todo, não me achava boa o suficiente, legal o suficiente, comunicativa o suficiente. Fugia de críticas, deixava até mesmo de socializar por medo de que todas essas insuficiências se confirmassem e eu fosse a chacota do grupo. Aliás, que grupo? Eu evitava pertencer a qualquer grupo, sofria nos trabalhos em equipe e tinha brancos nas apresentações de trabalhos.

Superação da Vergonha e Ansiedade

Mas a vida foi se desenvolvendo, e os compromissos que fui assumindo fizeram com que eu entendesse que superar a vergonha e a ansiedade fazia parte de aceitar minha vulnerabilidade. Em alguns momentos, parecia que eu precisava deixar de ser quem eu era para amenizar o impacto da exposição. Introvertidos sabem bem o que é isso. Eu me sentia muito diferente, no meio de uma família quase 100% extrovertida, surgia aquela necessidade de ser aceita, de pertencer ao grupo, de não ser ridicularizada, e então, algumas vezes, acabava concordando com o que não queria, dizendo “sim” ao que gostaria de dizer “não”, vestindo o que era esperado pelos outros, fazendo a faculdade esperada pela família, a profissão que tinha uma melhor empregabilidade. Isso porque tentamos fugir de julgamentos e críticas, por medo de fazer valer nossa vontade e, assim, assumir nossa vulnerabilidade, nossas escolhas, de dar certo ou errado, gerando um imenso desprazer pela vida no futuro.

O Vilão da Comparação

E um dos grandes vilões de tudo isso é a comparação, ainda mais no mundo em que vivemos, onde somos bombardeados o tempo todo por informações e padrões. Nossa humanidade faz com que queiramos parecer, pertencer e nos comparar o tempo todo, porque isso também faz parte do nosso aprendizado. Mas quando me comparo e deixo de usar o outro apenas como referência, passando a usá-lo como modelo de perfeição, eu me diminuo. Tudo parece difícil e inalcançável, e aí vem o desânimo e o sofrimento. Voltamos para nosso mundinho, nossa bolha, deixamos de interagir, passamos a nos desvalorizar com mais frequência, não avançamos, ficamos paralisados frente à vida, por medo de ser quem somos, por medo de ser vulneráveis.

A Escolha de Enfrentar os Desafios

Infelizmente, não temos certeza de muitas coisas nesta vida, mas uma coisa é certa: se tenho um sonho, se quero ser por exemplo, psicóloga e olhar para isso como um peso ou dificuldade, porque leva muito tempo (cinco anos), ou que perderei os finais de semana de festa e ficar colocando empecilhos… o tempo, ele vai passar de qualquer jeito. E assim posso escolher se daqui a cinco anos quero ser psicóloga ou apenas ficar vendo a vida passar.

Ação e Amor Próprio

É sobre enfrentamento e ninguém, ninguém, vai fazer por você o que só você pode fazer. Enquanto nós ficarmos olhando para a vergonha que sentimos, para a comparação, para a desmotivação no processo, estaremos paralisados com medo de sermos vulneráveis, deixando de lado nossos sonhos e aquilo que poderia nos fazer felizes: nosso amor próprio, nossa alegria de viver nossos propósitos e tudo aquilo que merecemos.

Procrastinação e Resistência

Enquanto esperava estar perfeita para começar a colocar meus projetos no mundo, o tempo passava, a frustração aumentava e a sensação de passar pela vida sem grandes feitos me consumia. Só que essa perfeição nunca chegaria porque nunca acontecia o treino. A qualidade se aproxima quando treinamos, quando estamos em movimento e nos permitimos avançar. Ou seja, era uma grande procrastinação. Eu me anulava sempre que deixava de viver aquilo em que acreditava. E os motivos e as resistências, melhor dizendo, são infinitos; toda hora é uma história diferente que contamos para nós mesmos. “Ah, é que ainda não terminei o meu curso de comunicação” ou “é que ainda não sei falar inglês”, ou ainda “é que não consigo ler à noite, não tenho um cenário bonito”… Criamos resistências o tempo todo para não avançarmos em nossos sonhos, porque temos medo de sermos vulneráveis, temos vergonha, e não vivemos com ousadia para poder ter a oportunidade de corrigir em caso de erro, de melhorar, de aprender mais, de evoluir.

A Coragem de Estar em Movimento

Ninguém evolui estando paralisado. É sim um ato de coragem, uma aposta no desconhecido, é um mistério, é sobre saber que não teremos todas as respostas, mas é uma escolha estar em movimento, mesmo que isso nos deixe vulneráveis, porque assim a vida vai fazendo cada dia mais sentido e podemos estar contribuindo para a vida de outra pessoa. Tudo aquilo que sabemos de bom e não compartilhamos é nossa responsabilidade.

Compartilhar e Vencer os Medos

Sinto-me feliz compartilhando e é isso que quero fazer, trazendo pensamentos em forma de palavras aqui para vocês. Ainda estou vencendo meus medos, mas a cada texto que eu postar, um pouquinho vai melhorar. E é isso: só vai. Se você também se sente paralisado frente à realização dos seus sonhos, com medo, com vergonha, ou mesmo traumatizado por vergonhas que já tenha vivido, de forma que não queira mais se sentir vulnerável, basta se permitir novamente. O seu avanço depende da sua coragem. Conte com ela, você não está só. Existe um mundo de infinitas possibilidades, com pessoas que sentem o mesmo que você, mas que escolhem diariamente olhar para os seus sonhos e se agarrar a eles e não aos medos que paralisam. Vamos nos permitir estar vulneráveis para que coisas grandiosas possam acontecer em nossas vidas!

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Bárbara Rodrigues

Formada em Ciências Contábeis, com curso de extensão em Teologia, administradora de empresas e apaixonada por palavras. Autora do blog Opinativa, onde compartilho minhas opiniões, reflexões e ideias para inspirar. Quando não estou escrevendo, estou mergulhada em um bom livro, cuidando dos meus animais de estimação ou estudando para buscar novos conhecimentos. Gosto de transformar pensamentos em palavras que tocam o coração. Acredito na magia dos pequenos momentos.
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Formada em Ciências Contábeis, com curso de extensão em Teologia, administradora de empresas e apaixonada por palavras. Autora do blog Opinativa, onde compartilho minhas opiniões, reflexões e ideias para inspirar. Quando não estou escrevendo, estou mergulhada em um bom livro, cuidando dos meus animais de estimação ou estudando para buscar novos conhecimentos. Gosto de transformar pensamentos em palavras que tocam o coração. Acredito na magia dos pequenos momentos.

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